sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Antártida abriga cordilheiras debaixo do gelo
Uma equipe internacional de cientistas detectou um grande sistema de cordilheiras abaixo da crosta de gelo da Antártida semelhante aos Alpes europeus. Para os pesquisadores, o primeiro mapeamento detalhado das montanhas subglaciais de Gamburtsev pode dar mais pistas sobre o continente e como o degelo afetaria a elevação do nível dos mares em pelo menos 57 m. As informações são do diário espanhol El Mundo.
Além de ter uma extensão do tamanho dos Alpes, a cordilheira submersa chama a atenção pela semelhança com as altas montanhas no coração da Europa - que se estendem da Áustria e Eslovênia pela Itália, Suíça (Alpes suíços), Liechtenstein, Alemanha e França -, com picos elevados e vales profundos.
Os "Alpes de Gamburtsev", identificados há 50 anos por cientistas russos, ganharam os novos traços geográficos com a ajuda de sensores de radar e gravidade. O sistema se localiza no centro da parte oriental do continente antártico.
De acordo com o geofísico Fausto Ferraccioli, que integra as investigações, as montanhas teriam sofrido erosões e se reduzido a uma zona plana se o gelo tivesse se formado lentamente. No entanto, segundo ele, a presença de picos pontudos indica que o gelo se desenvolveu rapidamente, submergindo a paisagem debaixo de um manto com cerca de 4 km de espessura.
Os mapas são a "primeira página de um novo livro" que pode ajudar a identificar os efeitos do aquecimento global nos glaciais do Pólo Sul, alertou Ferraccioli. A equipe de pesquisa, composta por cientistas da Austrália, Reino Unido, Canadá, China, Alemanha, Japão e Estados Unidos, sobrevoou mais de 120 mil km da Antártida com equipamentos de medição.
O continente antártico tem a superfície terrestre maior que os Estados Unidos e está coberto de gelo há pelos menos 35 milhões de anos. A crosta de gelo contém água suficiente para elevar o nível de todos os mares da Terra em 57 m sem o derretimento total. Os especialistas acreditam que apenas um degelo parcial causaria graves efeitos nas costas de todo o planeta.
Fonte: Terra
Ano Polar confirma degelo no Ártico e na Antártida
Agora é oficial: o Ártico e a Antártida estão esquentando mais rápido do que se imaginava e seus mantos de gelo, especialmente o da Groenlândia, estão derretendo sob influência do aquecimento global. As conclusões são do maior esforço de pesquisa já feito sobre as regiões polares, que envolveu mais de 10 mil cientistas de 60 países, incluindo o Brasil.
Um relatório preliminar divulgado ontem em Genebra, que encerrou esse esforço de pesquisa, o 4º Ano Polar Internacional, afirma que "parece certo agora que tanto o manto de gelo da Groenlândia quanto o da Antártida estão perdendo massa e portanto aumentando o nível do mar, e que a taxa de perda de gelo na Groenlândia está crescendo".
O degelo acelerado dos polos é uma das maiores incertezas nos modelos do aquecimento global. Se derretidos, o oeste da Antártida e a Groenlândia elevariam o nível do mar em vários metros, o que seria desastroso para a humanidade.
No entanto, como o comportamento das geleiras antárticas e árticas é muito complexo, até agora tem sido impossível estimar a contribuição total do degelo polar para o nível do mar no futuro (no leste da Antártida, por exemplo, o gelo parece estar aumentando).
Essa questão ficou sem resposta no último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), o comitê de climatologistas da ONU, que previu uma elevação de "modestos" 59 cm no nível global dos oceanos até o fim deste século.
Responder se os polos estão ou não perdendo gelo era um dos principais objetivos do Ano Polar Internacional, que começou em 2007 e termina em março. Num esforço de cooperação internacional sem precedentes e com US$ 1,5 bilhão de financiamento, cientistas usaram técnicas como medições por satélite de mudanças na elevação e nos campos gravitacionais dos mantos de gelo.
O resultado não é a última palavra sobre o assunto, mas as pesquisas feitas durante o Ano Polar indicam um balanço de massa negativo, ou seja, mais gelo é perdido do que o que se acumula por precipitação de neve. "Acho que os especialistas discordariam de um cenário de derretimento repentino, instantâneo ou catastrófico", disse à Folha David Carlson, coordenador científico do Ano Polar Internacional.
"Mas acredito que eles dirão que observam uma aceleração do degelo, de forma que poderíamos observar efeitos substantivos no nível do mar em várias décadas ou um século, em vez de vários séculos."
Dados obtidos por navios oceanográficos na Antártida, boias equipadas com termômetros e até mesmo elefantes-marinhos com instrumentos amarrados na cabeça mostram que o oceano Austral está esquentando mais depressa que o restante dos oceanos do planeta.
Segundo o relatório divulgado ontem, há sinais de que o aquecimento global está afetando a Antártida de maneiras "insuspeitada". Ian Allison, um dos coordenadores do Ano Polar Internacional, disse que a primeira região a sentir o efeito das mudanças na Antártida será a América do Sul.
Fonte: Folha de S.Paulo
MP de terras da Amazônia enfrentará dificuldades, diz "The Economist"
A medida provisória que regulariza a posse de terras na Amazônia Legal, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início deste mês, deve sofrer dificuldades para ser implementada, diz a revista britânica "The Economist" na edição que chegou às bancas nesta sexta-feira.
A nova legislação, publicada no último dia 11 de fevereiro no "Diário Oficial" da União, desburocratiza a regularização fundiária na região e facilita o acesso a títulos de propriedade de terra permanentes a posseiros. O governo prevê que, no prazo de três anos, 80% dos terrenos estejam regularizados.
Citando os resultados "escassos" dos planos anteriores do governo brasileiro para interromper a destruição da Floresta Amazônica, a revista, no entanto, afirma que a MP 458 tem alguns pontos positivos e, "em princípio", funcionamento simples, apesar do ceticismo "justificado" em relação a ela.
"Desta vez, o governo federal parece ter reconhecido a importância de trabalhar com, e não contra, os governos estaduais. (...) Espera-se que [a MP] estimule os posseiros a ficarem e desenvolverem as terras, no lugar de abandoná-las para procurar outro pedaço de floresta virgem."
Exemplificando a posição do governo brasileiro, a publicação traz uma declaração do ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Roberto Mangabeira Unger, em que ele afirma que a MP "vai mudar a equação econômica que fez a pilhagem mais atrativa que a preservação e a produção na Amazônia".
Dificuldades
Mesmo assim, segundo a revista, iniciativas parecidas fracassaram no passado. Entre os motivos para os insucessos anteriores estariam as desavenças entre o governo federal, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e os Estados, além da "confusa" legislação sobre as terras da região.
A "Economist" afirma que, "apesar de alguns destes problemas terem sido resolvidos no novo plano", dado o histórico de antagonismos na região, "o processo [de implementação] não deve ser suave".
Além destas dificuldades, a publicação diz que há um risco de que a facilitação no acesso a títulos de propriedade possa "de alguma forma, estimular a demanda [por terras] na floresta virgem, no lugar de extingui-la".
A revista ainda afirma que o governo do presidente Lula tem "uma atitude indulgente com violações de direitos de propriedade por parte do movimento sem-terra em outros pontos do país, o que o torna um guardião improvável desses direitos agora".
"O novo plano não está fadado ao fracasso, mas os céticos terão que ser convencidos", diz a revista.
Fonte: BBC Brasil
Diretor do Greenpeace diz que falta autonomia ao Ibama
O diretor de políticas públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão, afirmou que, apesar de ser um órgão de presença nacional, falta autonomia ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
"O presidente do Ibama, apesar de nomeado pelo presidente da República, tem que ter autonomia suficiente para dizer não para o presidente, para qualquer cidadão ou empresário. Se esse papel não fica claro, esse órgão é instrumento do uso do governante de plantão. Falta autonomia ao Ibama."
Segundo ele, o instituto nunca foi um órgão de defesa da sociedade na questão ambiental, mas sim um correio de transmissão dos interesses do governo.
"Enquanto você não tiver o Ibama com o papel de ser uma voz de defesa da legislação ambiental e representando os interesses da sociedade, e tendo o poder de dizer não ao governante de plantão, ele nunca vai cumprir realmente com seus objetivos."
Leitão afirmou que a gestão atual do Ibama faz uma manifestação "muito explícita" em relação à necessidade de criar vias rápidas para aprovar as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "O Ibama ser rápido, deveria ser para tudo, mas nos preocupa o fato de você querer fazer isso para viabilizar um desejo que é do presidente da República."
O diretor disse ainda que o órgão nunca recebeu a estruturação necessária para fazer seu trabalho. "Um exemplo: o Ibama só consegue executar 2% das multas que ele aplica. O órgão que fiscaliza, mas não executa aquilo que fiscaliza, então ele está fazendo de conta que fiscaliza."
Segundo ele, o instituto não tem procuradores suficientes no país e nem fiscais. "Ele consegue agir de forma tópica."
Leitão ainda defendeu a independência entre o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente. "O Ibama é maior que o ministério, mas o ministério tem a função de supervisionar o órgão."
O representante do Greenpeace afirmou que, apesar das críticas ao Ibama, reconhece que é um órgão de presença nacional. "Ele faz o papel de unificar o cuidado do meio ambiente na área federal, que é uma coisa fundamental."
Fonte: Folha Online
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Desmate faz nuvem "seca" proliferar na Amazônia
Um estudo que monitorou os tipos de nuvens que cobrem a floresta amazônica mostra que o desmatamento parece estar causando tanto alterações na terra quanto no céu. Usando imagens de satélites e dados obtidos por balões meteorológicos, cientistas brasileiros e norte-americanos comprovaram a teoria de que a derrubada de árvores favorece a formação de nuvens "rasas", em contraposição a nuvens "profundas", mais chuvosas.
A conclusão ocorreu após análise de imagens e informações de Rondônia. O novo estudo ajuda a explicar por que o desmatamento faz a floresta ficar mais seca e corrobora com os estudos que preveem a conversão da Amazônia em savana.
"No momento em que temos uma floresta que retém bastante água, temos um ciclo da água, um ciclo de energia. Quando retiramos a floresta e a cobertura vegetal, mudamos esse ciclo. Certamente vai se criar outro cenário climático na região", afirma o meteorologista Luiz Augusto Machado, um dos autores do estudo. Ele é pesquisador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O trabalho foi publicado ontem na revista "PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA. O climatologista do Inpe Carlos Nobre, que não participou da pesquisa, diz que "uma generalização destes resultados vai na direção de apoiar a hipótese de savanização". Mesmo não sendo possível afirmar ainda que isso vale para toda a Amazônia, Nobre diz que os resultados "são fisicamente consistentes e indicam que as chuvas poderiam diminuir com o aumento do desmatamento".
Segundo Machado, a brasileira Elen Cutrim foi, em 1995, uma das primeiras a descrever esse fato de forma empírica e artesanal. "Agora, comprovamos com uma longa série de dados o estudo dela", disse.
Rafael Bras, da Universidade da Califórnia em Irvine, coautor do estudo, explicou o fenômeno em e-mail para a Folha. Segundo ele, nuvens rasas sobre desmatamentos ocorrem por mudanças na convecção, o movimento de massa de ar por diferença de calor --mesmo princípio físico que faz um balão de ar quente subir.
Oceano verde
"Se a região de desmatamento aumentar, a intensidade desta circulação pode diminuir e, mais importante, ficar mais seca e limitar o desenvolvimento de precipitação sobre a floresta", diz Bras. "No artigo, nós chamamos isso de "efeito do oceano verde".
Para ele, a floresta funciona como um oceano fornecendo vapor d'água para alimentar nuvens profundas. "Se o "oceano" desaparecer, o vapor d'água, a energia e a precipitação também desaparecem", diz.
Jingfeng Wang, coautor do estudo ligado ao MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), diz que o tamanho e forma da terra desmatada influenciam na possibilidade de recuperação da floresta. "O que não sabemos é quanto desmatamento é demais para que o "oceano verde" entre em colapso e suma para sempre", diz.
Enio Pereira de Souza, professor da Universidade Federal de Campina Grande, diz que o estudo confirma resultados de pesquisa que ele realizou há dez anos. Ele é ex-colaborador de Nilton Rennó, da Universidade de Michigan, um dos autores do estudo na "PNAS".
Souza conta que, na época, os estudos que indicavam o aumento das nuvens rasas sobre regiões desmatadas não eram muito aceitos por falta de provas. Segundo ele, sempre se deu mais importância às nuvens profundas. Mas agora, diz, o mapeamento das nuvens rasas se tornou "central na compreensão de todo esse mecanismo ligado à troca de energia entre a superfície e a atmosfera e como isso se relaciona com o clima global e eventos extremos de precipitação".
Fonte: AFRA BALAZINA da Folha de S.Paulo
Mudança na chuva já ocorre na área do arco de desmatamento na Amazônia
"Na época de chuva, chove o dia todo e, na época de seca, chove todos os dias", diz a piada corrente sobre o clima da Amazônia. As mudanças vistas na floresta, porém, podem acabar fazendo com que esse trocadilho perca o significado. Segundo o meteorologista Luiz Augusto Machado, do Inpe, em muitos lugares do chamado arco do desmatamento (no sul e no leste da Amazônia) chuvas já não são tão constantes.
"Do ponto de vista climático, a região do arco de desflorestamento já apresenta uma característica de clima de savana, isto é, com períodos de seca e chuva bem marcados e com o período de seca com muitos dias sem chuva", afirma.
Segundo ele, ainda não é possível dizer o que tem mais peso na savanização --se a mudança climática ou o desmatamento. "É muito difícil separar essas duas componentes."
Ainda há controvérsia sobre a savanização da Amazônia. O meteorologista Peter Cox já previu que o colapso da floresta poderia ocorrer em 2050. Mas, neste mês, outro trabalho afirma que ela pode ser menos vulnerável ao aquecimento global do que se temia. O estudo diz que, mesmo com redução nas chuvas, haveria umidade para sustentar uma floresta.
Fonte: AFRA BALAZINA da Folha de S.Paulo
Cientistas norte-americanos desenvolvem técnica para medição de emissões de carbono
Os métodos para medir as emissões de dióxido de carbono e a forma como o solo e as plantas se comportam em relação aos gases que causam o aquecimento global serão melhorados a partir de uma pesquisa apresentada na segunda-feira (16), pela Universidade de Michigan, nos EUA.
"Queremos saber como evoluirão as fontes de carbono, e da única forma que poderemos conduzir a mudança climática é com informação científica", disse Anna Michalak na reunião anual, em Chicago, da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, em inglês).
Cientistas desenvolveram métodos mais eficazes da medição de emissões
Michalak desenvolveu uma técnica que usa os dados disponíveis para compreender a variação entre o carbono encontrado na Terra há 50 anos e os níveis atuais, denominado "modelo geo-estatístico inverso".
Este método divide o planeta em regiões pequenas e examina quanto dióxido de carbono deve ter sido emitido em cada região para chegar às concentrações nos pontos de onde foram tiradas amostras atmosféricas.
"Se vamos nos adaptar à mudança climática, precisamos da capacidade para prever qual será essa mudança", disse Michalak, professora no Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, no Departamento de Ciências Atmosféricas, Oceânicas e Espaciais da Universidade de Michigan.
A pesquisadora informou que "uma das grandes questões para nós é como evoluem as fontes de carbono. Tudo isto aponta à previsão e à administração delas."
Fonte: Terra, da Efe em Washington
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Bloco de gelo maior que Havaí se desprende da Antártida
Um bloco de gelo de 14 mil km², maior que a ilha do Havaí, se desprendeu da Plataforma de Gelo Wilkins, na península antártica, como "consequência do aquecimento global", informou nesta terça-feira o Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), na Espanha. Os icebergs gigantes nos quais este bloco de gelo se fragmentou começam a se espalhar pelo Oceano Austral.
Uma equipe de pesquisadores do CSIC analisa desde o último domingo, a bordo de uma embarcação de pesquisa oceanográfica, o impacto do fenômeno sobre o ecossistema do Mar de Bellingshausen. A equipe científica também presenciou como a frente de gelo do Mar de Bellingshausen retrocedia 550 km em duas semanas.
Os cientistas disseram que as temperaturas de água são extraordinariamente quentes nesta região. Segundo os pesquisadores, o desprendimento e a fragmentação do enorme bloco de gelo produzirá o conseqüente aumento do nível do mar.
Nos últimos 50 anos a península antártica experimentou o maior aumento de temperatura registrado no planeta: 0,5 grau centígrado por década.
Fonte: Terra, aquecimento global
ONU pede que países do G20 destinem 1% do PIB para ações ambientais
A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu nesta nesta segunda-feira (16), na abertura de um fórum em Nairóbi (Quênia), um "New Deal ecológico mundial" contra a crise financeira, energética e alimentar, que seria financiado pelo G20 (grupo que reúne representantes de países ricos e dos principais emergentes) --a verba viria de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) dessas nações nos próximos dois anos.
Uma centena de ministros e mais de 1.000 de delegados de 140 países participam na reunião do conselho de administração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que acontece até sexta-feira.
"O G20 deveria considerar estas propostas em seu próximo encontro em Londres, em abril, e ajudar a garantir um acordo global contra a mudança climática em dezembro, em Copenhague", afirma o Pnuma, em um estudo publicado na abertura de seu fórum mundial em Nairóbi.
"Reativar a economia mundial é essencial, mas algumas medidas centradas neste único objetivo não garantirão um êxito duradouro", afirma o comunicado.
"A menos que sejam abordados os outros grandes desafios, como a redução das emissões de gases de efeito estufa, a proteção dos ecossistemas e dos recursos de água, e a redução da pobreza, as medidas não impedirão futuras crises", diz.
Os países emergentes do G20, como Brasil, China, Índia e África do Sul, também deveriam atuar na medida do possível, destaca o Pnuma.
"Não se trata apenas de colocar em prática uma economia mais verde", destaca o programa da ONU, "e sim de responder também a ameaças iminentes como o aquecimento global, a insegurança energética, a falta crescente de água doce, a deterioração dos ecossistemas e sobretudo a pobreza, que piora."
Fonte: France Presse, em Nairóbi
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Ártico "deixará de existir" em duas décadas, diz grupo
O atestado de óbito do Ártico está assinado. Nas próximas duas décadas, a região, pelo menos na forma como ela é conhecida hoje, deixará de existir.
Por causa do aquecimento global, uma reação em cadeia já é percebida todos os anos na região, afirmaram especialistas em ciência polar reunidos ontem em Chicago, na 175ª Reunião Anual da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência). Nada indica, dizem eles, que se trate de um mero ciclo passageiro. A temperatura na região norte do globo pode aumentar em até 7º C até o meio deste século.
"Teremos um verão sem gelo no Ártico em 2030 ou antes disso", calcula Mark Serreze, da Universidade de Colorado (Boulder). Segundo o pesquisador, o que tem acontecido recentemente em toda a área já pode ser explicado pela ciência.
Enquanto o ar próximo à superfície marinha aquece, causando o derretimento da camada de gelo sobre o mar --e também sobre a terra--, o oceano Atlântico, que também está mais quente, tem jogado esse calor para o norte.
A consequência é que esquenta tanto por cima quanto por baixo, explica Serreze. E isso é que tem causado a diminuição do gelo em toda a região, com números recordes nos últimos verões principalmente.
Com menos gelo, a preocupação com uma certa ocupação da região ártica também deve aumentar, disse Serreze durante sua conferência.
Para ele, pode aumentar não apenas a navegação em toda a área --e nos últimos anos algumas rotas antes bloqueadas por gelo ficaram navegáveis-- como a exploração de petróleo. E, sobre isso, também existem vários projetos em curso, principalmente nos Estados Unidos.
Todo cuidado é importante, disse o cientista, porque na verdade o "Ártico está mais quente em todas as estações do ano, não apenas no verão".
A questão, se passa pelo problema do urso-polar e de toda a fauna, é muito mais ampla que isso, disse Serreze. "Já temos problema de erosão costeira em algumas zonas. Sem gelo, o vento movimenta mais a água."
Ciclo de carbono
A mudança de comportamento registrada em todo o Ártico é tão crítica, na visão do pesquisador, que o ciclo de carbono também pode ser drasticamente alterado.
Com o calor, a tendência é que toda a matéria orgânica congelada no solo do Ártico libere o carbono para a atmosfera. "Toda a região que antes ficava coberta de gelo está sendo exposta dez dias antes do previsto e ficando sem gelo até nove dias depois do esperado", disse na conferência Matt Sturm, do Laboratório de Pesquisa e Engenharia de Regiões Frias do Exército dos EUA.
Segundo o especialista, essa alteração tem significados importantes para a tundra ártica, ecossistema formado por uma vegetação bastante rasteira, alimentada principalmente pela água do degelo.
"O que está ocorrendo é um aumento da quantidade de vegetação arbustiva na tundra, por causa do aquecimento", afirma Sturm. Segundo ele, além dessa mudança de vegetação, existe outra em andamento por motivo idêntico.
A probalidade de uma mesma área da floresta boreal queimar aumentou em mais de 30%, disse o especialista. O resultado dessas queimadas, e do aumento de matéria vegetal sobre toda a região ártica, também vai alterar o ciclo da carbono, segundo Sturm.
O pesquisador, por morar no Alasca, tem também outra preocupação. "Todas essas mudanças afetam o ecossistema, mas também alteram a vida das pessoas que moram no Ártico." Existem aproximadamente 4 milhões de pessoas que vivem na região hoje.
Fonte: EDUARDO GERAQUE da Folha de S.Paulo, em Chicago
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Mercado de carbono cai 40% em um mês
Os mercados de carbono continuam em queda livre, mesmo depois de o preço de petróleo alcançar relativa estabilidade, após meses de baixa. O contrato de allowance (negociado entre países europeus) para entrega em dezembro de 2009 caiu mais de 40% em um mês, de 14 para 8.49 euros nesta quinta-feira. E as reduções certificadas de emissões (RCE), resultantes de mecanismos de desenvolvimento limpo (MDLs) feitos por países emergentes como o Brasil, seguiram o mesmo caminho: caíram de 12,45 para 7,61 euros.
Os volumes negociados têm sido muito altos, parecidos com os níveis recordes de outubro/novembro do ano passado, quando o mercado também perdeu em torno de 35% em apenas um mês. "É um claro sinal de que muitas empresas estão se desfazendo de ativos que neste momento de crise não estão sendo considerados essenciais", afirma Maurik Jehee, especialista em créditos de carbono do banco Santander. "Com a demanda por energia caindo, a expectativa é de emissões mais baixas e a necessidade de compensações menores. Vendendo créditos, as empresas conseguem se adequar às novas expectativas e ainda geram caixa."
Para o especialista, as cotações dos créditos de carbono continuam ligadas ao preço do petróleo, mas, cada um com "suas próprias características e dinâmicas". Ele explica que a diferença de comportamento se acentuou, mas destaca que os dois mercados perderam 70% do valor desde o pico, em julho. "Parece que o petróleo se ajustou mais rapidamente à nova realidade da demanda mundial. A Opep está conseguindo mostrar que é capaz de frear a oferta."
No mercado de carbono, no entanto não há nenhum sinal de uma queda de oferta no curto prazo. Ao contrário, os volumes oferecidos continuam altos.
Preço mínimo - Com a queda atual, forte e rápida, voltaram as discussões no mercado sobre a necessidade ou a conveniência de um preço mínimo para o carbono. "Obviamente, o preço deveria ser assegurado por algum mecanismo coordenado pelos países europeus", defende Jehee. Com os preços atuais e sem nenhuma garantia de que não possam cair mais, o risco de uma queda nos investimentos em energia renovável e outras reduções de emissões é evidente, observa.
"Com os preços do petróleo em baixa e a facilidade financeira de compensar emissões, as empresas podem manter o antigo paradigma, sem ter de se preocupar muito com eficiência energética ou energia renovável. Devemos ver os resultados num futuro próximo: assim que a economia voltar a esquentar, o planeta deve esquentar também", prevê.
Jehee advoga ainda a intervenção dos governos no mercado, por meio de compra de allowances e RCEs, não só para sustentar as cotações, mas também para passar a imagem de que a Europa segue firme no propósito de reduzir as emissões de 20% a 30% até 2020. "O mercado não deveria ter um preço mínimo fixo.Mas a Comissão Européia deveria tratar dos créditos de carbono como o Banco Central cuida da sua moeda: com muito carinho. Uma desvalorização brusca não é boa para o funcionamento de nenhum mercado. Seria bom intervir neste momento para sustentá-lo."
O mercado se ajustou à nova realidade e deve ficar neste patamar enquanto os mercados financeiros não se recuperarem. "Agora está na hora de os vendedores de crédito de carbono reconsiderarem as suas posições. O que importa é refazer os seus cálculos e procurar alternativas de financiamentos para os seus projetos", diz Jehee.
Fonte: Terra por Roberto do Nascimento
São Paulo: a oportunidade de inovar
Fabio Feldmann
De São Paulo
Meu caro leitor: peço desculpas pela redundância temática. Mais uma vez me vejo na situação de comentar um Projeto de Lei, enviado pelo Governador Serra à Assembleia, que se transformou em motivo de controvérsia em função da proposta de criação de um pedágio eletrônico nas vias de São Paulo.
Infelizmente repito muito do que já disse nessa coluna sobre mudança do clima. Esse tema ganhou importância nos últimos anos, especialmente com a divulgação do filme do ex-vice-presidente americano Al Gore e com a divulgação do último relatório do IPCC em 2007, que confirmou a gravidade do problema. Al Gore e o IPCC ganharam o prêmio Nobel da Paz como reconhecimento de seu trabalho e como uma forma de conferir ao tema a importância que o mesmo merece.
De lá para cá aumentou a percepção da gravidade do aquecimento global, como revelada pelo degelo do Ártico e Antártida em velocidade maior do que se previu. Essa semana a Austrália está vivendo uma grande catástrofe climática causada por uma onda de calor responsável por grandes incêndios. O Brasil neste verão tem assistido grandes temporais com número elevado de vítimas, que poderíamos chamar de "refugiados ambientais".
Aliás, um dos fatos mais relevantes na reunião de Poznan foi a declaração de Craig Johnstone, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) de que até 2050 existirão de 250 milhões a 1 bilhão de refugiados ambientais no mundo.
Em relação ao clima, existem duas abordagens essenciais: a mitigação dos gases efeito estufa e adaptação em relação aos impactos decorrentes do aquecimento global. No que tange à mitigação, não existe muita dúvida sobre a necessidade de diminuir o lançamento dos gases efeito estufa na atmosfera, sendo eles decorrentes da queima de combustíveis fósseis, mudança de uso do solo - desmatamento, metano dos aterros sanitários ou do arroto do rebanho bovino, entre outros. Em essência o desafio está em nosso cotidiano: uso de eletricidade, consumo de carne vermelha, disposição de resíduos orgânicos.
Em outras palavras, parafraseando a expressão "business as usual", o que teremos que fazer é mudar "life as usual" se quisermos mitigar os impactos do aquecimento global, sendo esta a maior questão em jogo nas negociações internacionais: qual deverá ser a meta de redução de lançamento dos gases efeito estufa com a finalidade de estabilizar o sistema climático do planeta. Questões complexas porque envolvem mudanças radicais em nossas vidas.
Adaptação é nos prepararmos para os impactos do aquecimento. No caso das chuvas intensas em curso no Brasil é questionarmos se as redes de drenagem das nossas cidades suportam tais chuvas, se a defesa civil está organizada para desastres naturais, se as cidades litorâneas sofrerão e como, com a elevação do nível do mar, enfim, precisamos conhecer as nossas vulnerabilidades diante dos vários cenários previstos, notadamente na economia global e do Brasil.
Infelizmente no Brasil há uma certa cultura de que teríamos preocupações mais urgentes do que o aquecimento global, de modo que não encontramos na agenda pública e dos partidos políticos a prioridade que o tema merece. Por consequência, existem poucas iniciativas legislativas por parte do executivo, de modo que as mesmas são bem-vindas até porque uma vez representando a vontade política dos governos tem maior chance de serem aprovadas. No caso, a iniciativa do governador Serra de enviar uma Política Estadual de Mudança do Clima certamente significa, a médio prazo, preparar São Paulo para enfrentar o aquecimento global nas dimensões de adaptação e mitigação.
Quanto à mitigação, o fato de se colocar uma meta no tempo de redução de emissões representa, no mínimo, pautar a sociedade para o fato de que teremos inevitavelmente de contribuir para o esforço de se assegurar o equilíbrio do sistema climático do planeta, em que pesem controvérsias científicas sobre o assunto, especialmente em relação à concentração admissível de carbono na atmosfera e o seu impacto no aumento da temperatura média do planeta.
O importante é a ideia de que todos os cidadãos do planeta terão que mudar seu perfil de consumo ainda que se leve em consideração as diferenças entre um americano e um indiano, um brasileiro de classe média alta e um brasileiro que vive abaixo da linha da miséria.
Quanto antes discutirmos esse assunto e nos prepararmos, melhor será em todos os sentidos, até mesmo para assegurarmos a competitividade da economia paulista em termos de inovações tecnológicas necessárias a um perfil energético de baixa intensidade de carbono.
Nossa construção civil, como afirma o presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) Marcelo Takaoka, também terá que inovar em toda sua cadeia produtiva, e oferecer ao consumidor final bens mais sustentáveis.
O Projeto de Lei está longe de ser perfeito até mesmo pela falta de experiência brasileira no assunto, mas ao introduzir certas obrigações como inventários periódicos de emissão, plano estadual de adaptação, entre outras iniciativas, promoverá um processo que não pode ser mais adiado: internalização da dimensão climática em todas as políticas setoriais de São Paulo, quer na agricultura, quer no planejamento urbano, enfim, no futuro de seus cidadãos.
Por essa razão, lamento profundamente que o debate sobre a lei se restrinja unicamente à questão do pedágio urbano, que foi nele colocado em função de uma questão que hoje não pertence aos paulistas, mas a todos que vivem nos grandes centros urbanos do mundo. Refiro-me aos congestionamentos e à emissão decorrente do setor de transporte, valendo lembrar que a médio prazo teremos que enfrentar com abordagens inovadoras tais problemas.
No caso do pedágio urbano, a exemplo do rodízio, o que se pretende é se induzir comportamentos que coletivamente tornem mais eficiente o uso do nosso sistema viário, até mesmo porque é inviável se imaginar que as nossas cidades têm capacidade de suportar o aumento vertiginoso da frota de automóveis.
Em São Paulo há registros de que em certas regiões recentemente verticalizadas o congestionamento se inicia na garagem dos novos edifícios comerciais, de modo que se não tomarmos providências imediatas ficaremos todos presos no trânsito. O pedágio eletrônico, como existe de maneira bem sucedida em Londres, poderia se transformar num bom indutor de melhor uso do nosso sistema viário, e nada impede que se previssem mudanças no IPVA para que o tributo incidisse também sobre o uso e não apenas sobre a propriedade, assim como se estipulasse menor taxação para os automóveis utilizados coletivamente em programas de carona solidária.
A dificuldade em relação a esses temas é que propostas inovadoras requerem tempo para se legitimar e nem sempre há coincidência entre horizonte eleitoral e aquele necessário para assegurar qualidade de vida às futuras gerações. Do ponto de vista político é necessário se valorizar o debate para que o processo de inovação se inicie e possamos avançar concretamente em questões como do aquecimento global, valendo lembrar que São Paulo tem a capacidade de ser uma central de idéias inovadoras como a Califórnia é para os Estados Unidos.
*Para conhecer o inteiro teor e acompanhar a tramitação da Política Estadual de Mudanças Climáticas - PEMC, basta acessar o site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (www.al.sp.gov.br) e pesquisar pelo número do Projeto de Lei (1/2009).
Fabio Feldmann é consultor, advogado, administrador de empresas, secretário executivo do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade e fundador da Fundação SOS Mata Atlântica. Foi deputado federal, secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Dirige um escritório de consultoria, que trabalha com questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável.
Fonte:Grupo proclimacetesb-sp
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Uso de sacolas plásticas é proibido no comércio de João Pessoa
A Câmara Municipal aprovou e o prefeito de João Pessoa sancionou lei que obriga supermercados, mercados de pequeno porte e lojas de departamento a substituição do uso de sacolas plásticas por sacolas de papel ou sacolas plásticas biodegradáveis.
Além de João Pessoa, as Câmaras Municipais de Curitiba-PR, Londrina-PR, Maringá-PR, Porto Alegre-RS, Canoas-RS, Americana-SP, Sobral-CE e Rio de Janeiro-RJ, aprovaram leis semelhantes que impõe ao comércio a proibição do uso de sacolas plásticas.
Esta é uma importante iniciativa do Governo Municipal para diminuir o uso indiscriminado dos sacos plásticos, que não é biodegradável e pode levar mais de 500 anos para desaparecer do meio natural e representa 18% do lixo nos aterros sanitários.
Aprovada em julho de 2008, os comerciantes terão até o final destemês para se adequarem à nova norma. Os infratores, após notificação, estarão sujeitos a multa, interdição, bem como cassação do alvará de localização e funcionamento.
Fonte: Ecopress
Além de João Pessoa, as Câmaras Municipais de Curitiba-PR, Londrina-PR, Maringá-PR, Porto Alegre-RS, Canoas-RS, Americana-SP, Sobral-CE e Rio de Janeiro-RJ, aprovaram leis semelhantes que impõe ao comércio a proibição do uso de sacolas plásticas.
Esta é uma importante iniciativa do Governo Municipal para diminuir o uso indiscriminado dos sacos plásticos, que não é biodegradável e pode levar mais de 500 anos para desaparecer do meio natural e representa 18% do lixo nos aterros sanitários.
Aprovada em julho de 2008, os comerciantes terão até o final destemês para se adequarem à nova norma. Os infratores, após notificação, estarão sujeitos a multa, interdição, bem como cassação do alvará de localização e funcionamento.
Fonte: Ecopress
ONU cogita realizar cúpula sobre mudança climática em até dois meses
O secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon, revelou na terça-feira (10) que estuda a possibilidade de convocar nos próximos dois meses uma cúpula sobre a mudança climática na sede do organismo, em Nova York.
Ki-Moon disse que o encontro poderia iniciar o estímulo aos países na busca um novo acordo global para reduzir as emissões de gases poluentes, que será estudado na Conferência Internacional sobre Mudança Climática, que acontece em dezembro na Dinamarca.
"Precisamos do envolvimento dos governos no mais alto nível", disse o secretário-geral em entrevista coletiva.
Caso o evento ocorra, a expectativa é a de que um dos palestrantes seja o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele faria sua primeira visita à sede das Nações Unidas desde que tomou posse, em janeiro. "Estamos em meio às consultas com os países participantes e certamente a presença do presidente Obama seria crucial", disse.
O secretário-geral da ONU pediu aos EUA, China, Índia e à União Europeia (UE), principais emissores de gases poluentes, que mostrem uma postura séria ao tratar do assunto.
"Não há tempo a perder", afirmou, lembrando que a conferência de dezembro tem que resultar em um acordo que substitua o Protocolo de Kyoto.
Ki-Moon confirmou que a mudança climática será o principal assunto da tradicional cúpula feita pelo organismo em setembro, coincidindo com a abertura do novo período de sessões da Assembleia Geral.
Fonte: Efe, em Nova York
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Relatório aponta esgotamento de água potável em menos de 20 anos
O mundo corre um grave risco de sofrer com a falta de água doce em menos de 20 anos, em consequência do aumento constante da demanda, que cresce em ritmo mais rápido que a população mundial; O alerta está em um relatório publicado no Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), que terminou no domingo (1º).
"Em menos de 20 anos, a falta de água poderá fazer com que Índia e Estados Unidos percam a totalidade de suas colheitas", afirmam os autores do estudo, destacando que, paralelamente, a procura por alimentos explodirá.
Reservas de água potável se esgotarão em menos de 20 anos, alerta um relatório publicado no Fórum Econômico Mundial, na Suíça
Segundo o relatório, muitos lugares do mundo estão a ponto de esgotar suas reservas de água, sobretudo em consequência de uma política especulativa por parte dos governos, ao longo dos últimos 50 anos.
"No futuro, o mundo não poderá simplesmente administrar a questão da água como tem feito no presente", aponta o texto. Cerca de 40% dos recursos aquíferos dos Estados Unidos são destinados à produção energética, enquanto apenas 3% vão para o consumo doméstico.
As necessidades de água para produzir energia devem aumentar 165% nos Estados Unidos e 130% na União Europeia, de acordo com o estudo.
O relatório também calcula que, no atual ritmo de derretimento, a maioria das geleiras do Himalaia e do Tibet terão desaparecido até 2100, e que 70 grandes rios do mundo secarão devido aos sistemas de irrigação para a agricultura.
Fonte: France Presse, em Davos
Bebês nascem mal formados devido à poluição na China, diz jornal
A cada 30 segundos nasce um bebê portador de má-formação genética na China, número em parte explicado pela poluição que atinge, principalmente, as zonas produtoras de carvão do país, indicou neste domingo (1º) o jornal "China Daily", segundo informações repassadas por meio dos responsáveis pelo planejamento familiar.
A província de Shanxi, rica em carvão e com uma grande indústria química, registra a maior taxa de nascimento de bebês com problemas congênitos --o que é atribuído por cientistas ao aumento à exposição a dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono.
Segundo o jornal, no total, 1,1 milhão de bebês nascidos anualmente na China apresentam uma anomalia física --o que representa 7% dos nascimentos no país mais povoado do mundo.
"O número aumenta constantemente, tanto nas zonas urbanas quanto rurais", informou Jiang Fan, vice-ministra encarregada da comissão de planejamento familiar.
Fonte: France Presse, em Pequim
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