segunda-feira, 15 de junho de 2009

Estudo aponta baixo efetivo para proteger ambiente


Levantamento recém-concluído pelo Ministério da Justiça revela o desaparelhamento e o baixo efetivo do policiamento ambiental nos Estados. De acordo com o relatório, cada policial voltado para essa atividade monitora, em média, uma área equivalente à metade do município de São Paulo.

Nos Estados da Amazônia Legal, a proporção é 458% superior à média nacional: um policial ambiental a cada 4.800 km2, quase o tamanho do Distrito Federal.

Segundo o relatório, são 8.860 policiais, na maioria militares, que atuam em atividades ambientais, como no combate ao desmatamento ilegal, apreensão de madeiras, poluição de rios e tráfico de animais.

A maior proporção está no Amazonas: um profissional a cada 174,5 mil km2. Os próximos do ranking são Pará, Piauí, Bahia, Maranhão e Tocantins.

"Os Estados de colonização recente têm muita área inóspita. Seria uma coisa muito discrepante a quantidade de policiais ambientais para uma população relativamente pequena", diz Alex Canuto, técnico da Secretaria Nacional de Segurança Pública, responsável pelo relatório.

"O que é mais importante: ter mais policiais evitando assaltos numa grande cidade ou ter mais policiais fora do perímetro urbano protegendo o meio ambiente", completa.

Os dados foram encaminhados pelos Estados em 2007 e no início de 2008. Três não responderam ao questionário: Acre, Mato Grosso e Roraima, todos eles da Amazônia Legal.

As informações são referentes a dezembro de 2006, ou seja, defasadas em dois anos e meio. Esse quadro, porém, pouco mudou, diz Canuto.

A página na internet Polícia Militar Ambiental do Brasil (www.pmambientalbrasil.org.br), mantida pelo tenente-coronel da PM Ângelo Rabelo, cita o número de 8.170 policiais ambientais.

A quantidade de veículos em uso para as atividades também indica o despreparo das polícias estaduais. Há um veículo (como carro, lancha, barco e jet-ski) a cada 3.345 km2 --área equivalente a três vezes a cidade do Rio de Janeiro.

Na maioria dos Estados, os policiais ambientais atuam também em outras atividades. A dedicação é exclusiva em apenas oito deles: Amapá, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Esse tipo de relatório serve, em tese, para o governo federal propor auxílio financeiro em troca de projetos a serem apresentados pelos Estados. Neste ano, porém, isso está descartado, por conta dos cortes orçamentários justificados pela crise econômica internacional.

Fonte: Folha de S.Paulo

Negociação de acordo para o clima avança pouco na Alemanha


A segunda reunião de negociação do acordo do clima de Copenhague terminou nesta sexta-feira (12) em Bonn, na Alemanha, em impasse. O maior entrave se refere à adoção de metas para reduzir a emissão de gases que provocam o aquecimento global pelos países industrializados.

Segundo o secretário-executivo da Convenção do Clima das Nações Unidas, Yvo de Boer, os países desenvolvidos estão longe de alcançar a meta de redução que a ciência diz necessária para evitar uma catástrofe climática --entre 25% e 40% até 2020, em relação aos níveis de 1990. Para ele, o nível de ambição precisa aumentar até Copenhague, em dezembro.

João Talocchi, coordenador da campanha de clima do Greenpeace, chamou a reunião de "circo" --porque a ciência e o futuro do planeta foram tratados como piada.

O Japão apresentou uma meta pífia (reduzir a emissão de gases-estufa em 8% até 2020). E Rússia e Nova Zelândia, por exemplo, nem apresentaram um objetivo.

Para Saleemul Huq, do Instituto Internacional para o Ambiente e o Desenvolvimento, "os principais países desenvolvidos ainda não estão colocando propostas sérias sobre a mesa."

Fonte: Folha de S.Paulo