Uma equipe de cientistas americanos elevou nesta terça-feira sua estimativa para o vazamento de petróleo do poço da British Petroleum no golfo do México. Os cientistas afirmaram que "provavelmente, a vazão de petróleo hoje" varie entre 35 e 60 mil barris por dia. Isso representa um aumento significativo em relação à estimativa anterior, de entre 20 e 40 mil barris por dia.
Em litros, representa entre 5,5 e 9,5 milhões de litros de petróleo vazando por dia no golfo do México, segundo os novos cálculos, e representa até 3,1 milhões de litros a mais do que calculava o governo norte-americano até agora.
Depois de uma reunião de cientistas independentes e do governo convocada pelos secretários de Energia, Steven Chu, e de Interior, Ken Salazar, os especialistas determinaram que "o fluxo mais provável" alcança entre 35 e 60 mil barris diários.
Até agora, os cientistas calculavam que o fluxo representava um volume de até 40 mil barris por dia (6,4 milhões de litros).
O "funil" de contenção colocado no final de maio sobre o poço pode capturar até 18 mil barris diários. Por isso, a BP (British Petroleum) instalará um segundo dispositivo do tipo, conhecido como Q4000, que poderia conter entre 20 e 28 mil barris.
No total, a estratégia de contenção que a BP desenvolveu, a pedido do governo americano, prevê expandir a capacidade de captura de petróleo para entre 40 e 53 mil barris diários no final deste mês e de 60 a 80 mil barris até meados de julho.
Os cientistas levaram em conta as análises de uma série de vídeos de alta resolução, tecnologias acústicas e o volume recolhido no navio petroleiro que recebe o óleo.
A BP se viu obrigada a suspender hoje durante cinco horas as tarefas de transposição devido a um pequeno incêndio no navio de armazenamento.
O vazamento de petróleo no golfo do México, a catástrofe ecológica mais grave da história dos EUA, começou por causa da explosão e conseguinte afundamento no mar da plataforma "Deepwater Horizon", administrada pela BP, em abril. O incidente deixou 11 mortos.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Energias renováveis podem gerar crescimento económico.
Estudo mostra que investimentos na area impactam na economia mundial.
Estudo lançado no último dia 7 pelo Greenpeace, em parceria com o Conselho de Energia Renovável Europeu (Erec), mostrou que investimentos em energia eólica e solar, aliados a mudanças nos paradigmas de produção e consumo, reduzem a liberação de carbono e garantem um crescimento econômico em padrões mundiais.
Segundo a previsão da terceira edição do relatório Revolução Energética: Um Mundo de Energia Sustentável, até 2030 será possível cortar emissões de CO2 produzindo energia eficiente, limpa e segura. Além disso, o reflexo macroeconômico poderá ser visto na geração de 8,5 milhões de empregos em todo o planeta.
Ligada ao setor da indústria de renováveis, a pesquisa ainda prevê dois cenários energéticos diferentes, baseados no tipo de investimento e política pública para o setor. Um primeiro, mais moderado, analisa que o uso seis vezes maior de renováveis implicará em redução de 50% das emissões de carbono até 2050. O segundo cenário, mais avançado, presume cortes de emissão de até 80%.
Atualmente, as energias renováveis representam 13% da demanda mundial, enquanto 80% da produção ainda depende de combustíveis fósseis. De acordo com os pesquisadores, para inverter este valor até 2050, é preciso projetar o futuro a partir de fontes como biomassa, eólica e solar, além de investir em mudanças nos modelos de distribuição e consumo de energia, como redes de transporte mais eficientes e emprego de equipamentos modernos na produção. Segundo os resultados apresentados, se as conclusões do documento forem seguidas, até 2030 serão criados 12 milhões de empregos -- 8,5 milhões apenas no setor de renováveis. O número seria 33% maior do que o gerado caso se mantenha o investimento somente em combustíveis fósseis.
Além de compensar a demanda maior vinda de países em desenvolvimento, o estudo garante que a quantidade de energia. poupada graças a investimentos bem feitos pode significar a possibilidade de acesso à energia para 2 bilhões de pessoas que ainda vivem em áreas remotas, alijadas da rede de distribuição mundial.
Casa Sustentável, é viável?
Arquiteta Juliana Boer dá dicas para casa sustentável
A benefícios para o planeta somam-se os ganhos no bolso do consumidor
Transforme sua casa em um espaço ecologicamente correto. Algumas mudanças nem implicam em obras, basta economizar principalmente nas contas de água e de energia. As dicas são de Juliana Boer, 34 anos, responsável, junto com sua sócia Maira del Nero, pelo escritório de arquitetura sustentável Cria Arquitetura. Confira a entrevista:
- O que é arquitetura sustentável?
A arquitetura sustentável é aquela que leva em consideração os impactos ambientais gerados por uma obra durante a época de construção, durante o uso da edificação e, inclusive, considerando depois a possibilidade de desmontá-lo.
- Quais os grandes benefícios de uma construção dentro dos padrões de sustentabilidade?
Uma construção mais sustentável e liberal vai ter parâmetros mais eficientes. Logo, os custos de operação são mais baixos. Gasta-se menos energia, menos água e tudo mais. Adicionalmente, você tem ambientes mais saudáveis já que sustentabilidade implica em materiais mais adequados à saúde. Outra questão: há um benefício público já que você aproveita melhor a infra-estrutura oferecida pela cidade.
- Quais as diferenças entre material ecologicamente correta e o convencional?
Para material ecologicamente correto leva-se em conta se a matéria-prima é reciclada, renovável, se o material tem alto consumo de energia ou não na construção. Outras questões são se emite algum poluente e se gera resido ou é biodegradável.
- Há medidas simples que podem ser implementadas em nossas casas sem que seja necessária uma obra?
Há várias que não implicam na construção. São as clássicas economias de água, de energia. Isso já impacta positivamente naquilo de consideramos sustentabilidade da construção. Fora isso, tem as questões bem básicas como utilizar luminárias com lâmpadas mais eficientes, pintar a casa de branco, usar sistemas economizadores de torneira com temporização ou areador. São coisas que não implicam em reforma e são fáceis de fazer.
- Ao elaborar um projeto, o que deve ser levado em conta?
Primeiro minimizar o consumo de energia através de várias maneiras. Entre elas, usar formas alternativas e produtos com gastos mais eficientes. Depois, minimizar igualmente o consumo de água com seu uso racional e procurando fontes alternativas como a chuva. Deve ser levado em conta também as especificações de materiais mais adequados e sustentáveis. Claro, sem esquecer o conforto. Alguns arquitetos usam sistemas passivos. São soluções da arquitetura para demandas específicas sem que aja um equipamento específico. Por exemplo, colocar janelas em determinados locais para melhorar a iluminação ou a demanda de ventilação.
- É mais caro ser eco-sustentável?
As tecnologias utilizadas pela arquitetura sustentável por serem sofisticadas não são mais baratas que as convencionais. Mas, em geral, como há um ganho de eficiência e desempenho, os custos serão menores na operação do edifício. Na verdade, ser mais caro ou ser mais baratos não tem nada a ver com sustentável e sim com o projeto. Por exemplo, no uso de tijolo alternativo, a unidade é mais cara. Mas, como é usado de forma mais inteligente e racional, sem gastos exagerados, no fim, a obra acaba ficando mais em conta do que se fosse usado tijolo tradicional.
- O uso de matéria-prima ecologicamente correta compromete o design?
De forma alguma. É uma discussão que já houve e acho estar superada. Minha sócia foi à feira de Milão, onde havia várias estantes com o melhor do design. Todas super sustentáveis. Design é uma questão de criação, o material é apenas a base. Essa idéia de casa sustentável igual à casa de pescador acabou. Hoje, da junção de borracha, alumínio, milho, vidro e pó de pedra gera-se produtos altamente sustentáveis e high-tech.
- Qual o cômodo da casa mais prejudicial ao meio ambiente? O que pode ser feito para melhorá-lo?
O banheiro é o grande violão por juntar vários outros violões em seu funcionamento. Se você não tem o chuveiro elétrico ou usa com aquecimento solar de maneira errada, você vai deixar horas até a água esquentar. Há também a questão do esgoto não ser necessariamente tratado. A dica é usar equipamentos economizadores no chuveiro e na torneira, além de colocar válvula dupla na bacia sanitária. O esgoto também pode ser tratado e aproveite para reutilizar água de chuva na bacia sanitária.
- O Brasil está pronto para receber esses projetos ou ainda esbarra em problemas de consciência, legislação e matéria-prima?
O consumidor está pronto e aberto, mas temos problemas de legislação e da falta de dados no país. Tudo que é bom as pessoas aprendem a consumir rápido, mas o problema passa por legislações mais lentas que as tecnologias. Às vezes temos conhecimentos, mas as leis antigas inviabilização seu uso.
Fonte: Terra
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