segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Cana-de-açúcar 3.0: do etanol à bioeletricidade e aos hidrocarbonetos
Do açúcar ao etanol, e daí para a eletricidade, para os plásticos e, finalmente, até os hidrocarbonetos. Para Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), essa é a rota de utilização da cana a ser seguida pelas atividades de pesquisa científica e tecnológica nos próximos anos.
"É muito provável que, daqui a dez anos, o Brasil esteja investindo em estudos e na produção de hidrocarbonetos a partir de açúcares convencionais, quando a cana poderá dar origem a um combustível de terceira geração, principalmente se o preço do petróleo voltar a patamares elevados", disse.
Novas rotas de utilização da cana
"Essas novas rotas de utilização da cana são uma possibilidade extremamente concreta e bem próxima da realidade. Pelo menos uma dezena de empresas americanas está investindo pesadamente nessa área, seja por vias biológicas ou não biológicas. Essa nova fronteira acontecerá tão mais rápido quanto maiores forem a escassez do petróleo e os problemas do clima", afirmou.
Segundo Jank, atualmente as pesquisas e suas aplicações estão entrando na era da eletricidade gerada a partir da cana-de-açúcar e também é muito provável que, em poucos anos, a maior parte do bagaço e da palha da cana seja usada para a geração de energia elétrica, "que hoje é o mercado demandante, uma vez que já existe um excedente de etanol no mercado devido à expansão da indústria nacional nos últimos anos".
Energia contida na biomassa
Dois terços da energia da cana-de-açúcar, seja para a produção de biocombustíveis ou eletricidade, têm origem na biomassa da gramínea, explicou o presidente da Unica, entidade que reúne 127 empresas industriais associadas.
Segundo ele, a energia contida nas plantações de cana do país apresenta potencial estimado da ordem de 14 mil megawatts, o que representaria "duas usinas de Itaipu adormecidas nos canaviais brasileiros".
Bioeletricidade
"O potencial de crescimento da eletricidade de cana, a chamada bioeletricidade, é surpreendente, devendo passar dos atuais 3% da matriz energética nacional para cerca de 15% em 2020, isso considerando apenas a utilização do bagaço e da palha da cana que está plantada atualmente no Brasil", apontou o também professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
A biomassa da cana é considerada ainda, de acordo com Jank, uma matéria-prima cada vez mais importante para a indústria da alcoolquímica, com destaque para os plásticos verdes e uma série de outros produtos que podem ser feitos além do etanol.
"Estamos diante de um emaranhado de possibilidades e as experiências brasileiras ainda estão à frente do ponto de vista global, mas essa dianteira ainda não está garantida e dependerá de muito investimento em pesquisa e desenvolvimento na área, além da definição de uma nova agenda de pesquisa para a cana no mundo da energia", destacou.
Fonte: Thiago Romero
Bactéria faz metais radioativos ficarem inertes
A Dra. Judy Wall está desenvolvendo uma linhagem de bactérias capazes de transformar o urânio radioativo em uma substância inerte. [Imagem: MIZZOU magazine]
Contaminação duradoura
Materiais radioativos, ainda que na forma de resíduos de baixíssima concentração, continuam poluindo o meio ambiente mesmo muito tempo depois que as instalações onde eram manipulados, ou as minas de onde eram extraídos, já encerraram suas atividades.
A descontaminação dessas áreas é uma tarefa extremamente cara, sendo feita apenas em casos muito graves. Na maioria das vezes, o local é simplesmente fechado e interditado ao trânsito de pessoas.
Bactérias antirradiação
Essa situação agora pode começar a mudar, graças ao trabalho da bioquímica Judy Wall, da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos.
Trabalhando na mina Órfão Perdido, na região do Grand Canyon, a Dra. Wall está utilizando bactérias redutoras de sulfato para converter os metais radioativos tóxicos em substâncias inertes. O processo, quando totalmente desenvolvido, será muito mais barato, seguro e confiável do que as opções atuais.
As bactérias caçadoras de radioatividade são biocorrosivas, sendo capazes de alterar a solubilidade dos metais pesados. Os microrganismos são capazes de pegar o urânio e convertê-lo em uraninita, uma substância praticamente insolúvel que afunda nos lagos de rejeitos das minas ou mesmo em cursos d'água.
Genética básica
A pesquisadora agora está investigando a genética básica da bactéria na tentativa de produzir uma linhagem que efetue esse processamento dos metais pesados com maior produtividade, para que ela possa ser utilizada em um sistema de tratamento industrial.
Outro melhoramento a ser feito é o controle do tipo de metal que as bactérias atacam, para que sua aplicação não precise ficar limitada a barragens de rejeitos.
Fonte:Site Inovação Tecnológica
Estrada verde terá pavimento que elimina poluentes emitidos pelos veículos
Tijolo feito com o concreto purificador de ar, mostrando as reações que permitem que ele retire do ambiente os óxidos de nitrogênio emitidos pelos veículos. Partindo de um material desenvolvido por pesquisadores japoneses, engenheiros holandeses estão criando a primeira "estrada verde", capaz de eliminar da atmosfera a poluição emitida pelos veículos que trafegam por ela.
Estrada verde
Uma pequena estrada na cidade de Hengelo, Holanda, será pavimentada com um concreto especial contendo um aditivo capaz de capturar as partículas de óxidos de nitrogênio emitidas pelos escapamentos dos carros e caminhões.
Mais conhecidos pela sigla NOx, os óxidos de nitrogênio estão entre os mais danosos gases poluentes emitidos na atmosfera, sendo os principais responsáveis pela chamada chuva ácida.
Concreto purificador de ar
O concreto purificador de ar recebe em sua formulação um aditivo à base de dióxido de titânio. Quando exposto à luz do Sol, o material reage com os óxidos de nitrogênio, transformando-os em nitratos, que são inofensivos ao meio ambiente. Basta uma chuva para que todo o pó inerte seja lavado e a estrada fique limpa de novo.
A estrada de Hengelo foi escolhida porque está sendo reconstruída e por causa da excelente qualidade do ar da região, que permitirá um acompanhamento preciso dos resultados obtidos com a pavimentação capaz de eliminar a poluição do ar.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Esponja absorvente de mercúrio pode resolver dilema das lâmpadas fluorescentes compactas
As lâmpadas fluorescentes compactas, também conhecidas como lâmpadas PL, são energeticamente muito mais eficientes e vários países já marcaram data para a proibição da venda das tradicionais lâmpadas incandescentes, que deverão ser totalmente substituídas por esta opção mais econômica.
Reciclagem das lâmpadas fluorescentes compactas
Contudo, embora mais econômicas quando o assunto é consumo de energia, as lâmpadas fluorescentes compactas não são assim tão ambientalmente corretas quando se quebram acidentalmente ou quando se trata de descartá-las quando elas se queimam.
Além do circuito eletrônico embutido em seu interior, cada uma dessas lâmpadas possui entre 3 e 5 miligramas de mercúrio, uma neurotoxina com sérios efeitos sobre a saúde humana, dos animais e de todo o ambiente - e literalmente um veneno no caso de crianças pequenas e mulheres grávidas. O mercúrio é liberado na atmosfera na forma de um gás assim que a lâmpada se quebra.
Esponja absorvedora de mercúrio
Agora, a equipe do professor Robert Hurt, da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, criou uma espécie de esponja que poderá resolver esse conflito entre a adoção de uma solução de iluminação que consome menos energia mas que tem o potencial de poluir mais.
A nova esponja absorvente de mercúrio é capaz de absorver a nuvem de mercúrio que escapa da lâmpada quando ela se quebra ou pode ser utilizada como revestimento em recipientes especiais para a quebra controlada das lâmpadas em estações de reciclagem.
Os pesquisadores desenvolveram também uma esponja que pode ser colocada no interior de sacos plásticos domésticos onde as lâmpadas serão guardadas para o descarte ou até chegarem à empresa de reciclagem.
"É um sistema completo de gerenciamento para lidar com uma lâmpada quebrada em casa," diz Hurt.
Nanopartículas de selênio
Os pesquisadores testaram 28 substâncias em busca do material com maior eficiência na absorção de mercúrio. Eles descobriram que nanopartículas de selênio - um elemento-traço muito utilizado em suplementos alimentares - é a mais eficiente.
Os átomos de selênio ligam-se aos átomos de mercúrio, formando seleneto de mercúrio (HgSe), um composto estável e ambientalmente benigno. A nanoesponja é capaz de absorver 99% do mercúrio liberado por uma lâmpada fluorescente quebrada no interior de um invólucro lacrado.
A Universidade está agora discutindo o licenciamento da tecnologia com empresas interessadas, para que a esponja absorvedora de mercúrio possa chegar ao mercado o mais brevemente possível.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
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